quarta-feira, 31 de julho de 2013

PAPA ESCOLHE O TEMA DA FRATERNIDADE PARA O DIA MUNDIAL DA PAZ 2014


Cidade do Vaticano (RV) – “Fraternidade, fundamento e caminho para a paz”: este é o tema do 47º Dia Mundial para a Paz, celebrando em 1º de janeiro, o primeiro do Papa Francisco.

De acordo com um comunicado do Pontifício Conselho da Justiça e da Paz, o Pontífice escolheu a fraternidade como tema já que “desde o início do seu ministério como Bispo de Roma, destacou a importância de superar a ‘cultura do descartável” e de promover a ‘cultura do encontro’, para caminhar rumo à realização de um mundo mais justo e pacífico”.

Diante dos inúmeros dramas que atingem a família humana, como pobreza, conflitos, criminalidade organizada e fundamentalismos, a fraternidade é fundamento e caminho para a paz.

Esses mesmos dramas e a cultura do bem-estar fazem perder o sentido da responsabilidade e da relação fraterna. Os outros, ao invés de nossos ‘semelhantes’, aparecem como antagonistas ou inimigos e muitas vezes como objetos. Não raramente, os pobres e os necessitados são considerados como um “fardo”, que impede o desenvolvimento. Ou seja, não são mais vistos como irmãos, chamados a compartilhar os dons da criação, os bens do progresso e da cultura. 

Como afirmou em várias ocasiões o Santo Padre, é a fraternidade que pode vencer o difundir-se da globalização da indiferença e enraizar-se em todos os aspectos da vida, inclusive na economia, nas finanças, na pesquisa científica e na política. 


segunda-feira, 29 de julho de 2013

DISCURSO DO PAPA FRANCISCO AOS DIRIGENTES DO CELAM

Viagem Apostólica ao Brasil
Discurso do Papa Francisco
Encontro com os dirigentes do CELAM
Sábado, 28 de julho de 2013
1. Introdução
Agradeço ao Senhor por esta oportunidade de poder falar com vocês, Irmãos Bispos responsáveis do CELAM no quadriênio 2011-2015. Há 57 anos que o CELAM serve as 22 Conferências Episcopais da América Latina e do Caribe, colaborando solidária e subsidiariamente para promover, incentivar e dinamizar a colegialidade episcopal e a comunhão entre as Igrejas da Região e seus Pastores.
Como vocês, também eu sou testemunha do forte impulso do Espírito na V Conferência Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe, em Aparecida no mês de maio de 2007, que continua animando os trabalhos do CELAM para a anelada renovação das Igrejas particulares. Em boa parte delas, essa renovação já está em andamento. Gostaria de centrar esta conversação no patrimônio herdado daquele encontro fraterno e que todos batizamos como Missão Continental.
2. Características peculiares de Aparecida
Existem quatro características típicas da referida V Conferência. Constituem como que quatro colunas do desenvolvimento de Aparecida que lhe dão a sua originalidade.
1) Início sem documento
Medelín, Puebla e Santo Domingo começaram os seus trabalhos com um caminho preparatório que culminou em uma espécie de Instrumentum laboris, com base no qual se desenrolou a discussão, a reflexão e a aprovação do documento final. Em vez disso, Aparecida promoveu a participação das Igrejas particulares como caminho de preparação que culminou em um documento de síntese. Este documento, embora tenha sido ponto de referência durante a V Conferência Geral, não foi assumido como documento de partida. O trabalho inicial foi pôr em comum as preocupações dos Pastores perante a mudança de época e a necessidade de recuperar a vida de discípulo e missionário com que Cristo fundou a Igreja.
2) Ambiente de oração com o Povo de Deus
É importante lembrar o ambiente de oração gerado pela partilha diária da Eucaristia e de outros momentos litúrgicos, tendo sido sempre acompanhados pelo Povo de Deus. Além disso, realizando-se os trabalhos na cripta do Santuário, a “música de fundo” que os acompanhava era constituída pelos cânticos e as orações dos fiéis.
3) Documento que se prolonga em compromisso, com a Missão Continental
Neste contexto de oração e vivência de fé, surgiu o desejo de um novo Pentecostes para a Igreja e o compromisso da Missão Continental. Aparecida não termina com um documento, mas prolonga-se na Missão Continental.
4) A presença de Nossa Senhora, Mãe da América
É a primeira Conferência do Episcopado da América Latina e do Caribe que se realiza em um Santuário mariano.
3. Dimensões da Missão Continental
A Missão Continental está projetada em duas dimensões: programática e paradigmática. A missão programática, como o próprio nome indica, consiste na realização de atos de índole missionária. A missão paradigmática, por sua vez, implica colocar em chave missionária a atividade habitual das Igrejas particulares. Em consequência disso, evidentemente, verifica-se toda uma dinâmica de reforma das estruturas eclesiais. A “mudança de estruturas” (de caducas a novas) não é fruto de um estudo de organização do organograma funcional eclesiástico, de que resultaria uma reorganização estática, mas é consequência da dinâmica da missão. O que derruba as estruturas caducas, o que leva a mudar os corações dos cristãos é justamente a missionariedade. Daqui a importância da missão paradigmática.
A Missão Continental, tanto programática como paradigmática, exige gerar a consciência de uma Igreja que se organiza para servir a todos os batizados e homens de boa vontade. O discípulo de Cristo não é uma pessoa isolada em uma espiritualidade intimista, mas uma pessoa em comunidade para se dar aos outros. Portanto, a Missão Continental implica pertença eclesial.
Uma posição como esta, que começa pelo discipulado missionário e implica entender a identidade do cristão como pertença eclesial, pede que explicitemos quais são os desafios vigentes da missionariedade discipular. Me limito a assinalar dois: a renovação interna da Igreja e o diálogo com o mundo atual.
Renovação interna da Igreja
Aparecida propôs como necessária a Conversão Pastoral. Esta conversão implica acreditar na Boa Nova, acreditar em Jesus Cristo portador do Reino de Deus, em sua irrupção no mundo, em sua presença vitoriosa sobre o mal; acreditar na assistência e guia do Espírito Santo; acreditar na Igreja, Corpo de Cristo e prolongamento do dinamismo da Encarnação.
Neste sentido, é necessário que nos interroguemos, como Pastores, sobre o andamento das Igrejas a que presidimos. Estas perguntas servem de guia para examinar o estado das dioceses quanto à adoção do espírito de Aparecida, e são perguntas que é conveniente pôr-nos, muitas vezes, como exame de consciência.
1. Procuramos que o nosso trabalho e o de nossos presbíteros seja mais pastoral que administrativo? Quem é o principal beneficiário do trabalho eclesial, a Igreja como organização ou o Povo de Deus na sua totalidade?
2. Superamos a tentação de tratar de forma reativa os problemas complexos que surgem? Criamos um hábito proativo? Promovemos espaços e ocasiões para manifestar a misericórdia de Deus? Estamos conscientes da responsabilidade de repensar as atitudes pastorais e o funcionamento das estruturas eclesiais, buscando o bem dos fiéis e da sociedade?
3. Na prática, fazemos os fiéis leigos participantes da Missão? Oferecemos a Palavra de Deus e os Sacramentos com consciência e convicção claras de que o Espírito se manifesta neles?
4. Temos como critério habitual o discernimento pastoral, servindo-nos dos Conselhos Diocesanos? Tanto estes como os Conselhos paroquiais de Pastoral e de Assuntos Econômicos são espaços reais para a participação laical na consulta, organização e planejamento pastoral? O bom funcionamento dos Conselhos é determinante. Acho que estamos muito atrasados nisso.
5. Nós, Pastores Bispos e Presbíteros, temos consciência e convicção da missão dos fiéis e lhes damos a liberdade para irem discernindo, de acordo com o seu processo de discípulos, a missão que o Senhor lhes confia? Apoiamo-los e acompanhamos, superando qualquer tentação de manipulação ou indevida submissão? Estamos sempre abertos para nos deixarmos interpelar pela busca do bem da Igreja e da sua Missão no mundo?
6. Os agentes de pastoral e os fiéis em geral sentem-se parte da Igreja, identificam-se com ela e aproximam-na dos batizados indiferentes e afastados?
Como se pode ver, aqui estão em jogo atitudes. A Conversão Pastoral diz respeito, principalmente, às atitudes e a uma reforma de vida. Uma mudança de atitudes é necessariamente dinâmica: “entra em processo” e só é possível moderá-lo acompanhando-o e discernindo-o. É importante ter sempre presente que a bússola, para não se perder nesse caminho, é a identidade católica concebida como pertença eclesial.
Diálogo com o mundo atual
Faz-nos bem lembrar estas palavras do Concílio Vaticano II: As alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens do nosso tempo, sobretudo dos pobres e atribulados, são também alegrias e esperanças, tristezas e angústias dos discípulos de Cristo (cf. GS, 1). Aqui reside o fundamento do diálogo com o mundo atual.
A resposta às questões existenciais do homem de hoje, especialmente das novas gerações, atendendo à sua linguagem, entranha uma mudança fecunda que devemos realizar com a ajuda do Evangelho, do Magistério e da Doutrina Social da Igreja. Os cenários e areópagos são os mais variados. Por exemplo, em uma mesma cidade, existem vários imaginários coletivos que configuram “diferentes cidades”. Se continuarmos apenas com os parâmetros da “cultura de sempre”, fundamentalmente uma cultura de base rural, o resultado acabará anulando a força do Espírito Santo. Deus está em toda a parte: há que saber descobri-lo para poder anunciá-lo no idioma dessa cultura; e cada realidade, cada idioma tem um ritmo diferente.
4. Algumas tentações contra o discipulado missionário
A opção pela missionariedade do discípulo sofrerá tentações. É importante saber por onde entra o espírito mau, para nos ajudar no discernimento. Não se trata de sair à caça de demônios, mas simplesmente de lucidez e prudência evangélicas. Limito-me a mencionar algumas atitudes que configuram uma Igreja “tentada”. Trata-se de conhecer determinadas propostas atuais que podem mimetizar-se em a dinâmica do discipulado missionário e deter, até fazê-lo fracassar, o processo de Conversão Pastoral.
1. A ideologização da mensagem evangélica. É uma tentação que se verificou na Igreja desde o início: procurar uma hermenêutica de interpretação evangélica fora da própria mensagem do Evangelho e fora da Igreja. Um exemplo: a dado momento, Aparecida sofreu essa tentação sob a forma de assepsia. Foi usado, e está bem, o método de “ver, julgar, agir” (cf. n.º 19). A tentação se encontraria em optar por um “ver” totalmente asséptico, um “ver” neutro, o que não é viável. O ver está sempre condicionado pelo olhar. Não há uma hermenêutica asséptica. Então a pergunta era: Com que olhar vamos ver a realidade? Aparecida respondeu: Com o olhar de discípulo. Assim se entendem os números 20 a 32. Existem outras maneiras de ideologização da mensagem e, atualmente, aparecem na América Latina e no Caribe propostas desta índole. Menciono apenas algumas:
a) O reducionismo socializante. É a ideologização mais fácil de descobrir. Em alguns momentos, foi muito forte. Trata-se de uma pretensão interpretativa com base em uma hermenêutica de acordo com as ciências sociais. Engloba os campos mais variados, desde o liberalismo de mercado até à categorização marxista.
b) A ideologização psicológica. Trata-se de uma hermenêutica elitista que, em última análise, reduz o “encontro com Jesus Cristo” e seu sucessivo desenvolvimento a uma dinâmica de autoconhecimento. Costuma verificar-se principalmente em cursos de espiritualidade, retiros espirituais, etc. Acaba por resultar numa posição imanente auto-referencial. Não tem sabor de transcendência, nem portanto de missionariedade.
c) A proposta gnóstica. Muito ligada à tentação anterior. Costuma ocorrer em grupos de elites com uma proposta de espiritualidade superior, bastante desencarnada, que acaba por desembocar em posições pastorais de “quaestiones disputatae”. Foi o primeiro desvio da comunidade primitiva e reaparece, ao longo da história da Igreja, em edições corrigidas e renovadas. Vulgarmente são denominados “católicos iluminados” (por serem atualmente herdeiros do Iluminismo).
d) A proposta pelagiana. Aparece fundamentalmente sob a forma de restauracionismo. Perante os males da Igreja, busca-se uma solução apenas na disciplina, na restauração de condutas e formas superadas que, mesmo culturalmente, não possuem capacidade significativa. Na América Latina, costuma verificar-se em pequenos grupos, em algumas novas Congregações Religiosas, em tendências para a “segurança” doutrinal ou disciplinar. Fundamentalmente é estática, embora possa prometer uma dinâmica para dentro: regride. Procura “recuperar” o passado perdido.
2. O funcionalismo. A sua ação na Igreja é paralisante. Mais do que com a rota, se entusiasma com o “roteiro”. A concepção funcionalista não tolera o mistério, aposta na eficácia. Reduz a realidade da Igreja à estrutura de uma ONG. O que vale é o resultado palpável e as estatísticas. A partir disso, chega-se a todas as modalidades empresariais de Igreja. Constitui uma espécie de “teologia da prosperidade” no organograma da pastoral.
3. O clericalismo é também uma tentação muito atual na América Latina. Curiosamente, na maioria dos casos, trata-se de uma cumplicidade viciosa: o sacerdote clericaliza e o leigo lhe pede por favor que o clericalize, porque, no fundo, lhe resulta mais cômodo. O fenômeno do clericalismo explica, em grande parte, a falta de maturidade adulta e de liberdade cristã em boa parte do laicato da América Latina: ou não cresce (a maioria), ou se abriga sob coberturas de ideologizações como as indicadas, ou ainda em pertenças parciais e limitadas. Em nossas terras, existe uma forma de liberdade laical através de experiências de povo: o católico como povo. Aqui vê-se uma maior autonomia, geralmente sadia, que se expressa fundamentalmente na piedade popular. O capítulo de Aparecida sobre a piedade popular descreve, em profundidade, essa dimensão. A proposta dos grupos bíblicos, das comunidades eclesiais de base e dos Conselhos pastorais está na linha de superação do clericalismo e de um crescimento da responsabilidade laical.
Poderíamos continuar descrevendo outras tentações contra o discipulado missionário, mas acho que estas são as mais importantes e com maior força neste momento da América Latina e do Caribe.
5. Algumas orientações eclesiológicas
1. O discipulado-missionário que Aparecida propôs às Igrejas da América Latina e do Caribe é o caminho que Deus quer para “hoje”. Toda a projeção utópica (para o futuro) ou restauracionista (para o passado) não é do espírito bom. Deus é real e se manifesta no “hoje”. A sua presença, no passado, se nos oferece como “memória” da saga de salvação realizada quer em seu povo quer em cada um de nós; no futuro, se nos oferece como “promessa” e esperança. No passado, Deus esteve lá e deixou sua marca: a memória nos ajuda encontrá-lo; no futuro, é apenas promessa… e não está nos mil e um “futuríveis”. O “hoje” é o que mais se parece com a eternidade; mais ainda: o “hoje” é uma centelha de eternidade. No “hoje”, se joga a vida eterna.
O discipulado missionário é vocação: chamada e convite. Acontece em um “hoje”, mas “em tensão”. Não existe o discipulado missionário estático. O discípulo missionário não pode possuir-se a si mesmo; a sua imanência está em tensão para a transcendência do discipulado e para a transcendência da missão. Não admite a auto-referencialidade: ou refere-se a Jesus Cristo ou refere-se às pessoas a quem deve levar o anúncio dele. Sujeito que se transcende. Sujeito projetado para o encontro: o encontro com o Mestre (que nos unge discípulos) e o encontro com os homens que esperam o anúncio.
Por isso, gosto de dizer que a posição do discípulo missionário não é uma posição de centro, mas de periferias: vive em tensão para as periferias… incluindo as da eternidade no encontro com Jesus Cristo. No anúncio evangélico, falar de “periferias existenciais” descentraliza e, habitualmente, temos medo de sair do centro. O discípulo-missionário é um descentrado: o centro é Jesus Cristo, que convoca e envia. O discípulo é enviado para as periferias existenciais.
2. A Igreja é instituição, mas, quando se erige em “centro”, se funcionaliza e, pouco a pouco, se transforma em uma ONG. Então, a Igreja pretende ter luz própria e deixa de ser aquele “mysterium lunae” de que nos falavam os Santos Padres. Torna-se cada vez mais auto-referencial, e se enfraquece a sua necessidade de ser missionária. De “Instituição” se transforma em “Obra”. Deixa de ser Esposa, para acabar sendo Administradora; de Servidora se transforma em “Controladora”. Aparecida quer uma Igreja Esposa, Mãe, Servidora, facilitadora da fé e não controladora da fé.
3. Em Aparecida, verificam-se de forma relevante duas categorias pastorais, que surgem da própria originalidade do Evangelho e nos podem também servir de orientação para avaliar o modo como vivemos eclesialmente o discipulado missionário: a proximidade e o encontro. Nenhuma das duas é nova, antes configuram a maneira como Deus se revelou na história. É o “Deus próximo” do seu povo, proximidade que chega ao máximo quando Ele encarna. É o Deus que sai ao encontro do seu povo. Na América Latina e no Caribe, existem pastorais “distantes”, pastorais disciplinares que privilegiam os princípios, as condutas, os procedimentos organizacionais… obviamente sem proximidade, sem ternura, nem carinho. Ignora-se a “revolução da ternura”, que provocou a encarnação do Verbo. Há pastorais posicionadas com tal dose de distância que são incapazes de conseguir o encontro: encontro com Jesus Cristo, encontro com os irmãos. Este tipo de pastoral pode, no máximo, prometer uma dimensão de proselitismo, mas nunca chegam a conseguir inserção nem pertença eclesial. A proximidade cria comunhão e pertença, dá lugar ao encontro. A proximidade toma forma de diálogo e cria uma cultura do encontro. Uma pedra de toque para aferir a proximidade e a capacidade de encontro de uma pastoral é a homilia. Como são as nossas homilias? Estão próximas do exemplo de Nosso Senhor, que “falava como quem tem autoridade”, ou são meramente prescritivas, distantes, abstratas?
4. Quem guia a pastoral, a Missão Continental (seja programática seja paradigmática), é o Bispo. Ele deve guiar, que não é o mesmo que comandar. Além de assinalar as grandes figuras do episcopado latino-americano que todos nós conhecemos, gostaria de acrescentar aqui algumas linhas sobre o perfil do Bispo, que já disse aos Núncios na reunião que tivemos em Roma. Os Bispos devem ser Pastores, próximos das pessoas, pais e irmãos, com grande mansidão: pacientes e misericordiosos. Homens que amem a pobreza, quer a pobreza interior como liberdade diante do Senhor, quer a pobreza exterior como simplicidade e austeridade de vida. Homens que não tenham “psicologia de príncipes”. Homens que não sejam ambiciosos e que sejam esposos de uma Igreja sem viver na expectativa de outra. Homens capazes de vigiar sobre o rebanho que lhes foi confiado e cuidando de tudo aquilo que o mantém unido: vigiar sobre o seu povo, atento a eventuais perigos que o ameacem, mas sobretudo para cuidar da esperança: que haja sol e luz nos corações. Homens capazes de sustentar com amor e paciência os passos de Deus em seu povo. E o lugar onde o Bispo pode estar com o seu povo é triplo: ou à frente para indicar o caminho, ou no meio para mantê-lo unido e neutralizar as debandadas, ou então atrás para evitar que alguém se desgarre mas também, e fundamentalmente, porque o próprio rebanho tem o seu olfato para encontrar novos caminhos.
Não quero juntar mais detalhes sobre a pessoa do Bispo, mas simplesmente acrescentar, incluindo-me a mim mesmo nesta afirmação, que estamos um pouco atrasados no que a Conversão Pastoral indica. Convém que nos ajudemos um pouco mais a dar os passos que o Senhor quer que cumpramos neste “hoje” da América Latina e do Caribe. E seria bom começar por aqui.
Agradeço-lhes a paciência de me ouvirem. Desculpem a desordem do discurso e lhes peço, por favor, para tomarmos a sério a nossa vocação de servidores do povo santo e fiel de Deus, porque é nisso que se exerce e mostra a autoridade: na capacidade de serviço. Muito obrigado!
Fonte: Site da Canção Nova

domingo, 28 de julho de 2013

CRACÓVIA SERÁ A SEDE DA PRÓXIMA JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE EM 2016


Rio de Janeiro (RV) – A próxima Jornada Mundial da Juventude será realizada em Cracóvia, na Polônia. O anúncio foi feito pelo Papa Francisco, ao final da reflexão que precede a Oração marina do Angelus, recitada ao término da Missa de encerramento da JMJ Rio2013.

O Papa iniciou sua reflexão agradecendo a Deus as graças recebidas durante a Jornada Mundial da Juventude, e também ao Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta e ao Cardeal Rilko, pelas palavras a ele dirigidas. Por fim, agradeceu a todos os jovens pela alegria vivida nestes dias, “levo a cada um de vocês no meu coração”.

Francisco convidou todos a voltarem seu olhar à Mãe do Céu, a Virgem Maria, lembrando também a todos que nestas dias Jesus “repetiu com insistência o convite para serem seus discípulos-missionários. Vocês escutaram a voz do Bom Pastor que lhes chamou pelo nome e vocês reconheceram a voz que lhes chamava”. E perguntou:

“Não é verdade que, nesta voz que ressoou nos seus corações, vocês sentiram a ternura do amor de Deus? Não é verdade que vocês experimentaram a beleza de seguir a Cristo, juntos, na Igreja? Não é verdade que vocês compreenderam melhor que o Evangelho é a resposta ao desejo de uma vida ainda mais plena?” 

Referindo-se a Virgem Imaculada - que sempre intercede por nós no Céu como uma boa mãe que cuida dos seus filhos – Francisco recordou que “cada vez que rezamos o Angelus, recordamos o acontecimento que mudou para sempre a história dos homens”. E falando das atitudes de Maria diante do anúncio do anjo e de sua visita à prima Isabel para realizar “um gesto de amor, de caridade, de serviço concreto, levando Jesus que trazia no ventre”, o Papa afirmou:

Eis aqui, queridos amigos o nosso modelo. Aquela que recebeu o dom mais precioso de Deus, como primeiro gesto de resposta, põe-se a caminho para servir e levar Jesus. Peçamos a Nossa Senhora que também nos ajude a transmitir a alegria de Cristo aos nossos familiares, aos nossos companheiros, aos nossos amigos, a todas as pessoas. Nunca tenham medo de ser generosos com Cristo! Vale a pena! Sair e ir com coragem e generosidade, para que cada homem e cada mulher possa encontrar o Senhor”. 
E ao final o tão esperado anúncio:

“Queridos jovens, temos encontro marcado na próxima Jornada Mundial da Juventude, no ano de 2016 em Cracóvia, na Polônia. Pela intercessão materna de Maria, peçamos a luz do Espírito Santo sobre o caminho que nos levará a esta nova etapa da jubilosa celebração da fé e do amor de Cristo”. 

Após a Oração do Angelus, Papa Francisco incensou uma imagem de Nossa Senhora Aparecida, confiando a ela a próxima Jornada Mundial da Juventude. (JE)


sábado, 27 de julho de 2013

REFLEXÃO PARA O XVII DOMINGO DO TEMPO COMUM - ANO C


Cidade do Vaticano (RV) -  Nestes dias em que o Brasil recebe a abençoada visita do Papa Francisco, a liturgia deste domingo nos fala da oração de intercessão. Vemos nisso uma forte ação da Providência que não é acaso, mas ação dela mesma.

O Papa Francisco sempre ao terminar um encontro, seja pessoal ou seja com grupos, pede para rezarem por ele. Já desde o primeiro dia, ou melhor, desde o primeiro momento de sua eleição e de seu encontro com o povo, o Santo Padre pede que rezem por ele. Decididamente o Papa Francisco acredita na oração de intercessão.

Na primeira leitura da liturgia deste domingo, Abraão intercede junto a Deus por seus conterrâneos. Ele dialoga com o Senhor, suplica, apresenta suas razões, escuta, volta a falar, enfim, a imagem proporcionada pelo Livro do Gênesis nos apresenta dois amigos conversando através de um diálogo espontâneo e sincero.

Outra cena de intercessão nos é falada ao coração pelo relato do Evangelho de Lucas. Nele, os discípulos pedem a Jesus que os ensine a rezar. Jesus dá um passo qualitativo em relação ao relacionamento de Abraão com Deus. Começa dizendo aos discípulos que deverão chamar Deus de Pai, será o relacionamento do filho que conversa com o Pai querido.

Jesus diz que deveremos pedir que o seu Reino, ou seja, os seus planos, seus projetos sejam também nossos e sejam realizados. Deveremos nos comprometer com a nova realidade. Deveremos ser seus cúmplices, parceiros.

Ora, se somos parceiros de Deus, somos aqueles que se tornam propagadores de uma sociedade fraterna, por isso Pai Nosso. Assumimos como nossas as necessidades dos demais, por isso intercedemos. E quando se fala em assumir as necessidades dos demais não se fala só quando alguém nos pede para rezarmos por um problema de saúde, falta de emprego, mas pedimos a Deus pelas necessidades do mundo inteiro, para que todos tenham alimento, moradia, saúde, educação, emprego, enfim. quando se fala ao Pai, se pede por todos os irmãos.

Mas nossa filiação divina e nossa fraternidade ganham voo quando intercedemos ao Pai pelos pecadores, quando pedimos que “perdoe as nossas ofensas do mesmo modo como perdoamos aos que nos ofenderam”. “Filho de peixe, peixinho é”, diz um ditado! Filho de um misericordioso, também é misericordioso! Filho de um Deus perdão, também perdoa!

Por fim o ensinamento de Jesus termina com a sua orientação: “Pedi e recebereis!” 
É preciso confiar em Deus, reconhecê-lo como Pai, e Pai querido!


Fonte: Texto proveniente da página http://pt.radiovaticana.va/news/2013/07/27/reflex%C3%A3o_para_o_xvii_domingo_do_tempo_comum/bra-714264 do site da Rádio Vaticano 

quinta-feira, 25 de julho de 2013

MISSA DE ENVIO PARA JMJ RIO2013

Aconteceu na noite dessa quinta-feira, dia 25 de julho, a Celebração Eucarística de envio dos jovens da Paróquia Nossa Senhora da Consolação à Jornada Mundial da Juventude Rio2013, presidida pelo pároco Frei Domingos Sérgio Gusson, oar, que também se faz peregrino junto com os jovens.
 
Na celebração o pároco focou na figura no apóstolo Tiago, cuja festa litúrgica a Igreja celebra neste dia, e ao término de sua palavra convidou dois jovens: Marciel e Adenilson para manifestarem sobre a expectativa da viagem ao Rio de Janeiro para participar desse encontro com o Papa Francisco.
 
Por volta das 21:00 horas o ônibus seguiu para o Rio de Janeiro.
 
Aos jovens da Paróquia Nossa Senhora da Consolação e aos demais peregrinos da Diocese de Cachoeiro de Itapemirim uma excelente participação na JMJ Rio 2013.



 
 
Mais fotos dessa celebração no endereço: www.facebook.com/paroquiadaconsolacao

NA FESTA DE ACOLHIDA, O PRIMEIRO ENCONTRO OFICIAL DE FRANCISCO COM OS JOVENS


Rio de Janeiro (RV) – Nesta quinta-feira, o Papa terá seu primeiro encontro oficial com os jovens, na Festa de Acolhida, que começa às 18h na praia de Copacabana.

Será uma verdadeira “festa”. Depois das saudações iniciais, o encontro prossegue com grupo intitulado “Rio de Fé”, em que 150 jovens apresentarão artisticamente a vida cotidiana da Cidade Maravilhosa. A seguir, cinco jovens que representarão os cinco continentes saudação a chegada do Papa Francisco e então terá início a Liturgia. 
Está previsto um discurso do Santo Padre. O COL espera um público de mais de 1 milhão de fiéis - apesar de o total de inscritos na JMJ ser de pouco mais de 375.000 pessoas.

Esse, porém, é apenas o último compromisso de Francisco no dia, que começa às 7h30, com uma missa privada celebrada na residência do Sumaré, onde está hospedado. Em seguida, ele recebe as chaves da cidade das mãos do Prefeito Eduardo Paes, em cerimônia no Palácio da Cidade. No mesmo local, o Papa abençoará as bandeiras da Olimpíada e da Paraolimpíada de 2016. Neste evento, está prevista a participação de jogadores famosos do futebol brasileiro, como Pelé, Zico e Neymar.

Às 11h, haverá um dos momentos mais aguardados: o Pontífice visita a comunidade de Varginha, no Complexo de Manguinhos, Zona Norte da cidade. Francisco rezará na pequena igreja intitulada a S. Jerônimo Emiliani. Após um momento de oração, o Papa abençoará o novo altar e oferecerá um dom à paróquia A visita continuará no campo de futebol da comunidade, para momentos de cantos, saudações, orações e o discurso do Santo Padre. Ele deve caminhar por uma rua e espera-se até que entre em uma das casas. 

Falando em alterações de agenda, um novo compromisso foi acrescentado à agenda do Papa para esta quinta-feira: às 12h30, Francisco encontra seus conterrâneos, os peregrinos argentinos, na Catedral Metropolitana da Arquidiocese de São Sebastião, no Centro da cidade. 

"Será uma saudação, um encontro um pouco improvisado", adiantou o Diretor da Sala da Imprensa da Santa Sé, Padre Federico Lombardi.


quarta-feira, 24 de julho de 2013

A MISSA DO PAPA EM APARECIDA: FRANCISCO CONCLUI A CELEBRAÇÃO PROMETENDO VOLTAR AO BRASIL EM 2017


Rio de Janeiro (RV) - Vivendo seu terceiro dia em terras brasileiras, aonde chegou nesta segunda-feira qual peregrino número 1 desta XXVIII Jornada Mundial da Juventude, o Papa Francisco deixou pouco depois das 8h locais o residência arquiepiscopal do Sumaré, no Rio de Janeiro – onde se encontra hospedado – para a tão aguardada visita ao Santuário Nacional de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, em Aparecida, SP, padroeira do Brasil.

Ao chegar ao Santuário, em meio a manifestações de grande entusiasmo e afeto, o Santo Padre foi calorosamente acolhido pela multidão de fiéis e peregrinos que o aguardavam, muitos dos quais já se encontravam no local desde ontem à espera do Sucessor de Pedro.

Após passar de papamóvel lentamente pela multidão abençoando os presentes, entre os quais muitas crianças, o Papa dirigiu-se diretamente à Capela dedicada aos 12 Apóstolos, onde é custodiada a pequena imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida.

Após recitar com os presentes uma oração à Mãe Aparecida, o Pontífice retirou-se para a Sacristia, onde se paramentou para a celebração eucarística realizada dentro da Basílica, com a participação de 15 mil fiéis. Milhares acompanharam a celebração pelos telões montados do lado de fora do Santuário.

No início da missa o Arcebispo de Aparecida, Cardeal Raymundo Damasceno Assis, dirigiu uma saudação ao Papa.

Após expressar a grande satisfação por acolher o Sucessor de Pedro e aludir à devoção dos milhares de romeiros que peregrinam para este lugar abençoado pela imagem milagrosa encontrada no rio Parnaíba em 1717, disse o purpurado:

"Este Santuário é um importante “ícone” religioso nacional. Ao visitá-lo, podemos dizer que, simbolicamente Vossa Santidade está visitando todo o Brasil. É uma visita de peregrino, com a qual Vossa Santidade quis confiar a Nossa Senhora o grande acontecimento dos próximos dias, que é a 27a Jornada Mundial da Juventude. Todos nós nos unimos a esta oração, para que o encontro da juventude com o Sucessor de Pedro fortaleça a fé e o amor de nossos jovens a Jesus Cristo e suscite em todos eles aquele ardor missionário que se traduz no lema da Jornada: “ide e fazei discípulos entre todas as nações” (Mt 28,19)."

Após recordar a visita ao Santuário feita pelos papas João Paulo II (1980) e Bento XVI (2007), Dom Raymundo falou sobre a réplica da Imagem de Nossa Senhora de Aparecida que em seguida lhe entregaria referindo-se ao fato de a cor negra da pequena imagem ser interpretada como uma referência aos sofrimentos dos pobres e excluídos, "especialmente do povo negro, ao longo da história do Brasil".

"Por meio da imagem que será dada a Vossa Santidade, peço a Nossa Senhora, em nome do povo brasileiro, que acompanhe e abençoe o Vosso ministério", disse o arcebispo de Aparecida, reiterando ao Papa o afeto e reverência filial.

Na homilia da missa, o Papa Francisco sua visita à Basílica de Santa Maria Maior, no dia seguinte ao da sua eleição como Bispo de Roma, para confiar a Nossa Senhora o seu ministério de Sucessor de Pedro.

Em seguida, o Papa disse ter ido a Aparecida para "suplicar a Maria, nossa Mãe, o bom êxito da Jornada Mundial da Juventude e colocar aos seus pés a vida do povo latino-americano".

O Santo Padre expressou sua experiência vivida seis anos atrás em Aparecida:

"Neste Santuário, seis anos atrás, quando aqui se realizou a V Conferência Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe, pude dar-me conta pessoalmente de um fato belíssimo: ver como os Bispos – que trabalharam sobre o tema do encontro com Cristo, discipulado e missão – eram animados, acompanhados e, em certo sentido, inspirados pelos milhares de peregrinos que vinham diariamente confiar a sua vida a Nossa Senhora: aquela Conferência foi um grande momento de vida de Igreja. E, de fato, pode-se dizer que o Documento de Aparecida nasceu justamente deste encontro entre os trabalhos dos Pastores e a fé simples dos romeiros, sob a proteção maternal de Maria. A Igreja, quando busca Cristo, bate sempre à casa da Mãe e pede: “Mostrai-nos Jesus”. É de Maria que se aprende o verdadeiro discipulado. E, por isso, a Igreja sai em missão sempre na esteira de Maria."

"Assim – prosseguiu –, de cara à Jornada Mundial da Juventude que me trouxe até o Brasil, também eu venho hoje bater à porta da casa de Maria, que amou e educou Jesus, para que ajude a todos nós, os Pastores do Povo de Deus, aos pais e aos educadores, a transmitir aos nossos jovens os valores que farão deles construtores de um País e de um mundo mais justo, solidário e fraterno."

Para tal, o Santo Padre quis chamar a atenção para três simples posturas: Conservar a esperança; deixar-se surpreender por Deus; viver na alegria.

"Frente ao desânimo que poderia aparecer na vida, em quem trabalha na evangelização ou em quem se esforça por viver a fé como pai e mãe de família, quero dizer com força: Tenham sempre no coração esta certeza! Deus caminha a seu lado, nunca lhes deixa desamparados! Nunca percamos a esperança! Nunca deixemos que ela se apague nos nossos corações!"

"Queridos irmãos e irmãs, sejamos luzeiros de esperança! Tenhamos uma visão positiva sobre a realidade. Encorajemos a generosidade que caracteriza os jovens, acompanhando-lhes no processo de se tornarem protagonistas da construção de um mundo melhor: eles são um motor potente para a Igreja e para a sociedade. Eles não precisam só de coisas, precisam sobretudo que lhes sejam propostos aqueles valores imateriais que são o coração espiritual de um povo, a memória de um povo. Neste Santuário, que faz parte da memória do Brasil, podemos quase que apalpá-los: espiritualidade, generosidade, solidariedade, perseverança, fraternidade, alegria; trata-se de valores que encontram a sua raiz mais profunda na fé cristã."

A segunda postura, recordou, é "Deixar-se surpreender por Deus". Quem é homem e mulher de esperança "sabe que, mesmo em meio ás dificuldades, Deus atua e nos surpreende", frisou.

Em seguida, referindo-se à pesca milagrosa da Aparição da imagem de Nossa Senhora nas águas do rio Parnaíba, o Papa Francisco observou:

"Quem poderia imaginar que o lugar de uma pesca infrutífera, tornar-se-ia o lugar onde todos os brasileiros podem se sentir filhos de uma mesma Mãe? Deus sempre surpreende, como o vinho novo, no Evangelho que ouvimos. Deus sempre nos reserva o melhor. Mas pede que nos deixemos surpreender pelo seu amor, que acolhamos as suas surpresas. Confiemos em Deus! Longe d’Ele, o vinho da alegria, o vinho da esperança, se esgota."

"Se nos aproximamos d’Ele, se permanecemos com Ele, aquilo que parece água fria, aquilo que é dificuldade, aquilo que é pecado, se transforma em vinho novo de amizade com Ele", continuou.

Referindo-se à terceira postura, "Viver na alegria", disse:

"Queridos amigos, se caminhamos na esperança, deixando-nos surpreender pelo vinho novo que Jesus nos oferece, há alegria no nosso coração e não podemos deixar de ser testemunhas dessa alegria. O cristão é alegre, nunca está triste. Deus nos acompanha. Temos uma Mãe que sempre intercede pela vida dos seus filhos, por nós, como a rainha Ester na primeira leitura (cf. Est 5, 3). Jesus nos mostrou que a face de Deus é a de um Pai que nos ama. O pecado e a morte foram derrotados. O cristão não pode ser pessimista! Não pode ter uma cara de quem parece num constante estado de luto. Se estivermos verdadeiramente enamorados de Cristo e sentirmos o quanto Ele nos ama, o nosso coração se “incendiará” de tal alegria que contagiará quem estiver ao nosso lado. Como dizia Bento XVI: «O discípulo sabe que sem Cristo não há luz, não há esperança, não há amor, não há futuro” (Discurso inaugural da Conferência de Aparecida [13 de maio de 2007]: Insegnamenti III/1 [2007], 861)."

O Santo Padre concluiu sua homilia referindo-se às palavras de Maria "Fazei o que Ele vos disser", dizendo que nos comprometemos a fazer o que Jesus nos disser! "E o faremos com esperança, confiantes nas surpresas de Deus e cheios de alegria".

Durante a celebração o Santo Padre doou um cálice ao Santuário. Após a missa, fez uma saudação aos milhares de fiéis e peregrinos que se encontravam do lado de fora do Santuário.

O Papa despediu-se surpreendendo a todos ao anunciar que em 2017 voltará ao Brasil, por ocasião dos 300 anos da pesca milagrosa na qual foi pescada a pequena imagem da Virgem Maria que, justamente, foi chamada de Nossa Senhora da Conceição Aparecida. (RL)


terça-feira, 23 de julho de 2013

ABERTA OFICIALMENTE A JMJ RIO2013

Rio de Janeiro (RV) – A Jornada Mundial da Juventude, Rio 2013, foi aberta oficialmente nesta terça-feira na Praia de Copacabana, numa Missa presidida pelo Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta. Sete Bispos auxiliares e cerca de 1.500 religiosos, entre Cardeais, Bispos e Sacerdotes acompanharam o Arcebispo na celebração. Uma mensagem do Presidente do Pontifício Conselho para os Leigos, Cardeal Stanislaw Rylko, saudando os jovens, concluiu a celebração.

Um pouco antes do início da Celebração, foi anunciada oficialmente a Abertura da Jornada Mundial da Juventude Rio 2013. Um belo espetáculo de luzes e cores, mas especialmente de jovens de todos os continentes presentes no palco, recebeu os símbolos da Jornada Mundial da Juventude (a Cruz e o Ícone de Nossa Senhora), ao som do clássico hino Emanuel, da JMJ 2000, realizada em Roma.

A programação começou às 15h, com a acolhida de peregrinos de todo o mundo e apresentações artísticas, além de momentos de oração no palco montado na Praia de Copacabana. O “Coral Carioca JMJ”, formado por 100 músicos católicos das Paróquias da Arquidiocese do Rio, apresentou-se para o público. O Hino da JMJ também foi cantado em outros idiomas, por voluntários internacionais.

A Missa, que iniciou às 17hs50min, sob uma temperatura de 19°C, teve a Primeira Leitura feita em espanhol, o Salmo e o Evangelho em português e a Segunda Leitura em inglês. Dom Orani, após saudar os presentes, leu as intenções da missa, voltadas às diversas dificuldades e desafios vividos pelos jovens.

Na homilia, Dom Orani Tempesta recordou que “a Arquidiocese do Rio de Janeiro acolheu com responsabilidade a escolha feita pelo Papa Bento XVI, ao final da Missa de Madri em agosto de 2011”, a quem agradeceu a escolha e as orientações. Após acrescentou:

No entanto, providencialmente, esta Jornada estava destinada a ser uma Jornada que, pela segunda vez, ao retornar à América Latina depois de 26 anos, pudesse ser o lugar de acolhida da primeira viagem apostólica do primeiro Papa latino-americano da história, o Papa Francisco, que veio para presidir este belo e importante momento da vida da Igreja nessas terras de São Sebastião. Nós o acolheremos solenemente aqui, nesse mesmo local, na próxima quinta-feira. O primeiro Papa latino-americano da história pisou como Sumo Pontífice o solo da América Latina neste Santuário Mundial da Juventude em que se transformou esta cidade nestes dias”.
Dom Orani salientou que nestes dias “o Rio se torna o centro da Igreja, viva e jovem” e que a felicidade do encontro de jovens de tantas partes do mundo “nos fortalece e nos convida a ir ao encontro dos demais jovens, a fazer-nos missionários em todas as nações. O melhor presente a darmos às outras pessoas é a presença de Cristo, que nos preenche e nos impulsiona a amar e a nos doar, sempre no diálogo fraterno”, disse o Arcebispo do Rio de Janeiro, acrescentando que “somos chamados a ser protagonistas de um mundo novo”.
Após meditar sobre as leituras propostas pela Liturgia, que remetem ao chamado de Mateus e onde somos chamados a ser apóstolos, Dom Orani observou que foi Jesus que “uniu a todos nesse cenário maravilhoso da praia que recebe este nome por causa da inicial devoção a Nossa Senhora de Copacabana, sob o Cristo Redentor com Seu abraço acolhedor”. E recordando o Ano da Fé, disse:
O Mestre Jesus nos convida para um mergulho em águas profundas, as águas do nosso batismo. E este bonito encontro internacional está justamente no coração do Ano da fé, tempo propício para renovar nossos compromissos assumidos na comunidade cristã. Somos chamados a viver profundamente a fé nesse tempo plural e de tantos questionamentos, nessa mudança de época, mas com o entusiasmo e a coerência de quem se deixa conduzir pela ação do Espírito Santo”.
Dirigindo-se uma vez mais aos jovens, o Arcebispo do Rio disse que eles “são o presente esperançoso de uma sociedade que espera que sua crise de valores tenha uma solução. São chamados a formar uma nova geração que vive a fé e a transmite para a geração seguinte. Somos convidados a uma experiência de fé e dela sair revigorados” e recordou que “o primeiro peregrino, que já está entre nós, o Santo Padre, o Papa Francisco, se colocou conosco nesta caminhada e nos indicará caminhos durante estes dias”.
Após, exortou os jovens: “Temos muitas barreiras e injustiças para superar. Vamos construir pontes ao invés de muros e obstáculos. O mundo todo, através de vocês, presente nessa cidade precisa testemunhar a solidariedade, a partilha e a acolhida do amor de Cristo Redentor. É tempo de despertar confiança e esperança para que se transformem em atitudes para um amanhã de luz”.
Dom Orani confiou cada jovem a “Maria, de tantos nomes e invocações, e aqui no Brasil invocada com o título de Nossa Senhora Aparecida como padroeira principal, mas também Nossa Senhora da Penha, Nossa Senhora de Nazaré, foi e continua sendo a companheira e mãe de todos os jovens”.
Ao final da cerimônia, o Presidente do Pontifício Conselho para os Leigos, Dom Stanislaw Rilko, saudou os jovens presentes nesta 28a edição da Jornada Mundial da Juventude.
Após, a cerimônia de lançamento do selo especial por ocasião da visita do Papa Francisco ao Brasil e show de bandas católicas. (JE)

Eis a íntegra da homilia de Dom Orani João Tempesta:

Queridos jovens!
Distintas autoridades eclesiásticas, civis e militares!
Todas nomeadas pelo protocolo inicial.
Amado Povo de Deus!

Estamos iniciando a Jornada Mundial da Juventude Rio 2013! Sejam todos bem-vindos! Esta cidade maravilhosa tornou-se ainda mais bela com a presença de vocês! Uma grande alegria nos invade: vocês estão aqui! Vieram de todos os lugares da Terra! Durante estes dias, aqui será a casa de todos vocês! Vocês estão fazendo parte de nossa família neste belo e importante momento da história!
A todos que chegam cansados pela demora da viagem ou de caminhada: este tempo é de estar com o Senhor Jesus Cristo para viver como seu discípulo. Essa nossa experiência terá como consequência o entusiasmo missionário! Ir e fazer discípulos!
Esta Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro acolheu com grande responsabilidade a escolha feita pelo Papa Bento XVI, hoje emérito, anunciada ao final da Missa em Madri em Agosto de 2011. Agradecemos a ele pela escolha e pelas orientações, pelo tema da JMJ e incentivo.
No entanto, providencialmente, esta Jornada estava destinada a ser uma Jornada que, pela segunda vez, ao retornar à América Latina depois de 26 anos, pudesse ser o lugar de acolhida da primeira viagem apostólica do primeiro Papa latino-americano da história, o Papa Francisco, que veio para presidir este belo e importante momento da vida da Igreja nessas terras de São Sebastião. Nós o acolheremos solenemente aqui, nesse mesmo local, na próxima quinta-feira. O primeiro Papa latino-americano da história pisou como Sumo Pontífice o solo da América Latina neste Santuário Mundial da Juventude em que se transformou esta cidade nestes dias.
Nesta semana, o Rio se torna o centro da Igreja, viva e jovem. Todos os caminhos para cá nos conduzem. Vocês vieram de diferentes partes do mundo para juntos partilharmos a fé e a alegria do discipulado. Essa felicidade nos fortalece e nos convida a ir ao encontro dos demais jovens, a fazer-nos missionários em todas as nações. O melhor presente a darmos às outras pessoas é a presença de Cristo, que nos preenche e nos impulsiona a amar e a nos doar, sempre no diálogo fraterno.
Aqui chegamos, também, depois de quase dois anos de peregrinação dos símbolos da JMJ pelo nosso país: a cruz da juventude e o ícone de Nossa Senhora que agora estarão presentes em nossos atos centrais. Quando esses símbolos nos foram entregues em Madri, na Espanha, em Agosto de 2011, a comoção tomou conta da juventude do nosso país que, com entusiasmo, acolheu-os em suas comunidades durante esse tempo.
Temos conosco, espalhadas pela cidade, muitas relíquias dos santos patronos e intercessores da JMJ, recordando que em todas as épocas e locais do mundo temos jovens que se santificaram. Estão conosco, também, parentes dessas pessoas que são exemplo de vida cristã e que rezam conosco pela juventude hodierna.
O entusiasmo juvenil por todos os cantos demonstram o rosto do jovem cristão, que procura unir o testemunho de uma vida autenticamente cristã com as consequências sociais do Evangelho.
Somos chamados a ser protagonistas de um mundo novo. Tenho certeza de que vocês farão isso em suas cidades e seus países. O mundo necessita de jovens como vocês!
Acabamos de ouvir o Evangelho no qual Jesus chama Mateus para o discipulado. E, ao chamá-lo, anuncia que Ele veio justamente para que os pecadores experimentem a misericórdia. Veio para nós que estamos entre os povos chamados à obediência da fé, conforme nos fala Paulo na carta aos Romanos. “Recebemos a graça da vocação para o Apostolado, nós que fomos chamados a ser discípulos de Jesus Cristo, amados de Deus e santos por vocação.
A primeira leitura, juntamente com o salmo, nos indica que a nossa resposta deve ser de prontidão, – dizendo: Eis-me aqui! Aqui estou! Fala que teu servo escuta! Pois viemos para fazer, com prazer, a vontade do Senhor (Sl 39/40).
É esta expressão bíblica que gostaríamos que estivesse nos lábios e corações de vocês hoje e sempre: Eis-nos aqui, Senhor! A exemplo de Mateus, também estamos prontos para as consequências do SIM a Deus, cheias de desafios e alegrias.
Foi a chamada d’Ele que nos uniu nesse cenário maravilhoso da praia que recebe este nome por causa da inicial devoção a Nossa Senhora de Copacabana, sob o Cristo Redentor com Seu abraço acolhedor. Este mar, a areia, a praia e a multidão fazem lembrar a vocação dos outros discípulos, além de Mateus. Esse cenário nos remete aos barcos deixados na praia por aqueles que foram chamados por Jesus para segui-lo. Hoje, também nós somos chamados para seguir a Cristo Ressuscitado.
O Mestre Jesus nos convida para um mergulho em águas profundas, as águas do nosso batismo. E este bonito encontro internacional está justamente no coração do Ano da fé, tempo propício para renovar nossos compromissos assumidos na comunidade cristã. Somos chamados a viver profundamente a fé nesse tempo plural e de tantos questionamentos, nessa mudança de época, mas com o entusiasmo e a coerência de quem se deixa conduzir pela ação do Espírito Santo.
Refletindo sobre a resposta de Mateus a Jesus, ouvimos que, quando nos levantamos para responder positivamente ao Mestre, Ele vem cear em nossa casa e transforma nossa vida. Para Samuel, na primeira leitura, o chamado parecia um sonho, mas com a ajuda de um companheiro ele conseguiu discernir que a voz era de Deus, era real. O caminho missionário exige discernimento, utopia, sonho, mas também do auxílio de alguém ao nosso lado que nos ajude a reconhecer a voz de Deus. Como Paulo, somos servos de Cristo, apóstolos por vocação e escolhidos para o evangelho de Deus!
Queridos jovens, nossa Arquidiocese sentiu-se chamada por Deus para acolher vocês. Todos nós respondemos assim como Samuel, Paulo e Mateus: Eis-nos aqui! Aqui estamos! Nossas paróquias, famílias, escolas, pastorais, associações, movimentos, grupos de serviços. As nossas casas são as vossas casas! Existe uma revolução de amor neste momento: o outro é Cristo para nós! O outro é nosso irmão! Que isso ressoe pelo mundo! Somos chamados a viver construindo um mundo de irmãos! Queremos que todos e cada um se sintam acolhidos no abraço de Cristo, que chama a todos para estarem com Ele na construção do Reino de Deus. Vamos juntos?
Cristo nos convida: venham, meus amigos! Vamos com Ele nas pegadas do sucessor de Pedro, do Vigário do Redentor peregrinar por este Rio, semeando fraternidade por onde passarmos. Que possamos ser arautos da paz e da concórdia, conclamando o mundo a viver a santidade que brota do Redentor do Homem.
E, ao redor do Mestre, junto com outros jovens discípulos vindos de todos os recantos dessa Terra, diremos “Senhor, como é bom estarmos aqui” (Mt 17,4).
Andem por esta cidade, testemunhem Jesus Cristo, comprometam-se com o mundo novo, contagiem a todos com a alegria e a paz de Cristo, como sentinelas da manhá, trabalhando na renovação do mundo à luz do plano de Deus.
Vivemos este tempo forte de peregrinação porque Jesus Cristo está vivo no meio de nós, nos dá o seu Espírito Santo, e nós somos chamados a viver esta realidade e transmiti-la aos outros de modo acessível e compreensível. Jesus Cristo é sempre atual, sobretudo para os jovens que buscam a verdade, a justiça e a paz –e só podem encontrá-las em Jesus Cristo.
Vocês, queridos jovens, são o presente esperançoso de uma sociedade que espera que sua crise de valores tenha uma solução. São chamados a formar uma nova geração que vive a fé e a transmite para a geração seguinte. Somos convidados a uma experiência de fé e dela sair revigorados! A participação na comunidade com entusiasmo será a oportunidade de, convivendo com os demais irmãos e irmãs, testemunharem que um outro mundo é possível! O primeiro peregrino, que já está entre nós, o Santo Padre, o Papa Francisco, se colocou conosco nesta caminhada e nos indicará caminhos durante estes dias. Queridos jovens: não tenham medo de abrir os seus corações para Cristo!
Temos muitas barreiras e injustiças para superar. Vamos construir pontes ao invés de muros e obstáculos. O mundo todo, através de vocês, presente nessa cidade precisa testemunhar a solidariedade, a partilha e a acolhida do amor de Cristo Redentor. É tempo é de despertar confiança e esperança que se transformem em atitudes para um amanhã de luz.
Maria, de tantos nomes e invocações, e aqui no Brasil invocada com o título de Nossa Senhora Aparecida como padroeira principal, mas também Nossa Senhora da Penha, Nossa Senhora de Nazaré, foi e continua sendo a companheira e mãe de todos os jovens. A ela confiamos cada um de vocês para que, acolhendo o Cristo que ela nos apresenta, caminhem pelo mundo como discípulos missonários da nova evangelização, sendo protagonistas de um mundo novo, como sentinelas da manhã despertando a esperança de um novo amanhecer: Cristo Ressuscitou e vai à nossa frente! O Espírito Santo nos iluminará em nossa vida e nos dará as luzes para que compreendamos a nossa missão de como conduzir as pessoas ao Pai.
Hoje, ao iniciarmos a Jornada, o Cristo Redentor nos diz “Venham, meus amigos!” Durante a Jornada aprenderemos a dizer “Fala, Senhor, que teu servo escuta”! E ouviremos cada vez mais o Senhor a nos dizer: “Sejam missionários”. “Ide e fazei discípulos entre as nações”! E todos nós responderemos: “Eis-nos aqui, Senhor, envia-nos!”

† Orani João Tempesta, O. Cist.
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ


Fonte: Texto proveniente da página

MISSA DE ENVIO DOS JOVENS PARA JMJ RIO2013

No próximo dia 25/07/2013, quinta-feira, os jovens da Paróquia Nossa Senhora da Consolação partirão para a cidade do Rio de Janeiro para participarem da Jornada Mundial da Juventude Rio2013 com a presença do Papa Francisco.

Por isso será realizada no Santuário de Nossa Senhora da Consolação uma Celebração Eucarística, presidida pelo pároco Frei Domingos Sérgio Gusson, oar, às 19:00 horas, com a presença de todos os peregrinos que seguirão à cidade maravilhosa.

Você é o nosso convidado a rezar e juntar-se com a juventude de Cristo rumo à JMJ RIO2013

CELEBRAÇÃO EUCARÍSTICA DE ENVIO DOS JOVENS PARA JMJ RIO2013
DIA: 25/07/2013 - QUINTA-FEIRA
HORÁRIO ÀS 19:00 HORAS
LOCAL: SANTUÁRIO DE NOSSA SENHORA DA CONSOLAÇÃO

VEM VOCÊ TAMBÉM PARA JMJ!

PAPA FRANCISCO ESTÁ NO BRASIL PARA JMJ RIO2013: "NÃO TENHO OURO NEM PRATA, MAS TRAGO O QUE DE MAIS PRECIOSO ME FOI DADO: JESUS CRISTO!"


Cidade do Vaticano (RV) - O avião da Alitália que transportou o Papa Francisco ao Rio de Janeiro aterrissou às 15h45min no Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim, 17 minutos antes do previsto. O Santo Padre foi saudado às 16 horas, junto à escada do avião, pela Presidente Dilma Roussef, de quem recebeu flores.

O Papa passou a saudar então as autoridades presentes, entre os quais o Vice-Presidente da República, Michel Temer, o Governador do Estado do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, o Prefeito Eduardo Paes, o Presidente da CNBB, Cardeal Raimundo Damasceno Assis e o Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta. Um grupo de crianças cantou para o Papa o Hino da Jornada.

Após as primeiras saudações no Aeroporto, o Papa Francisco, que dispensou o Papamóvel neste primeiro trajeto, quis ter um primeiro contato com a população, fazendo um giro pela cidade num Fiat cor prata, sendo escoltado por três automóveis da segurança e oito batedores em motocicleta. Em algumas partes do trajeto, o carro do Papa viu-se em meio a um engarrafamento, sendo envolvido completamente pela população que tentava tocar o Pontífice ou apenas seu carro, dando muito trabalho à segurança. Nestas ocasiões, o Papa beijou algumas crianças. 

Nas proximidades da Catedral do Rio, o Papa trocou o Fiat pelo Papamóvel, sendo acompanhado por uma multidão ao longo de todo o trajeto. Na Cinelândia, às 17h25min, o Papa trocou de veículo novamente retornando ao Fiat cor prata, seguindo até um helicóptero, que partiu às 17h48min até o Palácio Guanabara, onde chegou alguns minutos após, sendo efusivamente saudado nos jardins do Palácio Guanabara, onde estava a Presidente Dilma Roussef para recebê-lo.

Após a execução dos hinos do Estado da Cidade do Vaticano e do Brasil, a Presidente Dilma fez o seu discurso, ressaltando o compromisso do governo no combate à pobreza e destacando a parceria com as Pastorais da Igreja Católica. 

Após o pronunciamento de Dilma Roussef, o Papa Francisco iniciou o seu discurso, em português, ressaltando que a Providência o quis conduzir na sua primeira viagem internacional, à sua amada América Latina, precisamente ao Brasil “nação que se gloria de seus sólidos laços com a Sé Apostólica e dos profundos sentimentos de fé e amizade que sempre a uniram de modo singular ao Sucessor de Pedro”.

Após, pediu “licença para entrar no coração dos brasileiros, revelando o que veio trazer ao Rio”:

Aprendi que para ter acesso ao Povo Brasileiro, é preciso ingressar pelo portal do seu imenso coração; por isso permitam-me que nesta hora eu possa bater delicadamente a esta porta. Peço licença para entrar e transcorrer esta semana com vocês. Não tenho ouro nem prata, mas trago o que de mais precioso me foi dado: Jesus Cristo! Venho em seu Nome, para alimentar a chama de amor fraterno que arde em cada coração; e desejo que chegue a todos e a cada um a minha saudação: “A paz de Cristo esteja com vocês!”

Após o Papa saudou com deferência a Presidente Dilma Roussef e as autoridades presentes, agradecendo a acolhida e as palavras que externaram a alegria dos brasileiros pela sua presença no Brasil. O Santo Padre dirigiu então uma palavra de afeto aos seus irmãos no Episcopado, “sobre quem pousa a tarefa de guiar o Rebanho de Deus neste imenso País, e às suas amadas Igrejas Particulares. Esta minha visita outra coisa não quer senão continuar a missão pastoral própria do Bispo de Roma de confirmar os seus irmãos na Fé em Cristo, de animá-los a testemunhar as razões da Esperança que d’Ele vem e de incentivá-los a oferecer a todos as inesgotáveis riquezas do seu Amor”.

O Papa observou que a sua presença no Brasil, transcende as fronteiras do país, pois veio para a Jornada Mundial da Juventude: “Vim para encontrar os jovens que vieram de todo o mundo, atraídos pelos braços abertos do Cristo Redentor. Eles querem aconchegar-se no seu abraço para, junto de seu Coração, ouvir de novo o seu potente e claro chamado: ‘Ide e fazei discípulos entre todas as nações’”.

E acrescentou, “Cristo abre espaço para eles, pois sabe que energia alguma pode ser mais potente que aquela que se desprende do coração dos jovens quando conquistados pela experiência da sua amizade. Cristo “bota fé” nos jovens e confia-lhes o futuro de sua própria causa: “Ide, fazei discípulos”. Ide para além das fronteiras do que é humanamente possível e criem um mundo de irmãos. Também os jovens “botam fé” em Cristo. Eles não têm medo de arriscar a única vida que possuem porque sabem que não serão desiludidos”.

O Papa disse ter a consciência de que, ao falar aos jovens, fala também “às suas famílias, às suas comunidades eclesiais e nacionais de origem, às sociedades nas quais estão inseridos, aos homens e às mulheres dos quais, em grande medida, depende o futuro destas novas gerações”. E complementou:

Os pais costumam dizer por aqui: “os filhos são a menina dos nossos olhos”. Que bela expressão da sabedoria brasileira que aplica aos jovens a imagem da pupila dos olhos, janela pela qual entra a luz regalando-nos o milagre da visão! O que vai ser de nós, se não tomarmos conta dos nossos olhos? Como haveremos de seguir em frente? O meu auspício é que, nesta semana, cada um de nós se deixe interpelar por esta desafiadora pergunta”.

O Papa ressaltou que a juventude “é a janela pela qual o futuro entra no mundo” e, por isso, impõe grandes desafios. “A nossa geração – disse Francisco - se demonstrará à altura da promessa contida em cada jovem quando souber abrir-lhe espaço; tutelar as condições materiais e imateriais para o seu pleno desenvolvimento; oferecer a ele fundamentos sólidos, sobre os quais construir a vida; garantir-lhe segurança e educação para que se torne aquilo que ele pode ser; transmitir-lhe valores duradouros pelos quais a vida mereça ser vivida, assegurar-lhe um horizonte transcendente que responda à sede de felicidade autêntica, suscitando nele a criatividade do bem; entregar-lhe a herança de um mundo que corresponda à medida da vida humana; despertar nele as melhores potencialidades para que seja sujeito do próprio amanhã e co-responsável do destino de todos”.

Ao concluir, o Santo Padre pediu a todos a “delicadeza da atenção e, se possível, a necessária empatia para estabelecer um diálogo de amigos. Nesta hora, os braços do Papa se alargam para abraçar a inteira nação brasileira, na sua complexa riqueza humana, cultural e religiosa. Desde a Amazônia até os pampas, dos sertões até o Pantanal, dos vilarejos até as metrópoles, ninguém se sinta excluído do afeto do Papa. Depois de amanhã, se Deus quiser, tenho em mente recordar-lhes todos a Nossa Senhora Aparecida, invocando sua proteção materna sobre seus lares e famílias. Desde já a todos abençôo. Obrigado pelo acolhimento!”.