Cidade do Vaticano (RV) - A segunda leitura deste
domingo, tirada da Carta de São Paulo aos Efésios é aquela famosa reflexão do
Apóstolo na qual ele diz que as mulheres deverão ser submissas a seus maridos
como a Igreja, a Cristo. Tal afirmação, da submissão da mulher ao marido, nos
parece anacrônica, além de misturar algo que foi cultural (a submissão da
mulher) com a submissão da Igreja a Cristo, que deverá ser sempre atual.
Mas
afinal, o que Paulo queria dizer aos Efésios e hoje a nós, cristãos do século
XXI?
Seu objetivo está no versículo 21, quando escreve: “Submetei-vos uns aos
outros no temor de Cristo”. Em Cristo, como não poderia deixar de ser, está todo
o fundamento e norma de comportamento de todo ser humano. Como cristãos,
seguimos uma pessoa, Jesus Cristo e não uma ideia. Por isso, vale refletir sobre
como o Mestre se relacionava com as pessoas, para daí seguirmos seu
exemplo.
Olhando nos Evangelhos, especialmente o capítulo 13 de João, o
Senhor sempre se relacionou como aquele que serve. Já começou tal modo de se
relacionar desde a encarnação, como lemos em Lucas, e o terminou no grande
serviço do Calvário, quando nos redimiu. Sua vida e a de Maria, sua Mãe e nossa,
também foi de serviço. Portanto, Paulo nos quer dizer que nosso relacionamento
deverá sempre ser de serviço.
Esse serviço deverá ser por amor, caso
contrário não será cristão. Entendemos agora porque Paulo escreve: “E vós
maridos, amai vossas mulheres, como Cristo amou a Igreja e se entregou por
ela,.”
Ora, se é o amor cristão que deve embasar nossos relacionamentos,
todos eles terão uma dimensão sacramental. Quando alguém procura servir o outro,
está amando-o com o amor de Cristo e nisso veicula a ação salvífica de
Jesus.
Posto isto, vamos vivenciar o que nos diz a primeira leitura, tirada
do livro de Josué: “Quanto a mim e à minha família, nós serviremos ao Senhor”.
Esta frase dita por Josué, explicita sua adesão e a de sua família ao Senhor. É
uma adesão afetiva, não apenas aos mandamentos do Senhor, mas a Ele
mesmo.
Esse Jesus a quem no Evangelho de hoje, Pedro faz a seguinte
profissão: “A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna” é aquele
quem nos ensina a amar, servindo.
Podemos concluir nossa reflexão, pedindo ao
Senhor que nos dê um coração semelhante ao dele, para que nossa vida seja um
eterno serviço, porque amamos! E exatamente porque amamos, servimos. (CA)
Fonte: Site da Rádio Vaticano
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