Meus irmãos e minhas irmãs
Paz e Bem!
O mês de novembro convida a cada um de nós a fazer memória dos seus entes queridos.
Certamente, todos os dias, recordamos na oração as pessoas queridas, que já não estão conosco no nosso dia a dia e que pelas nossas orações confiamos à misericórdia do Senhor.
No portão de ingresso de um cemitério li estas palavras: “O que vós sereis nós somos agora. Quem se esquece de nós, esquece-se de si mesmo”. Para nós, que proclamamos pela nossa Fé a Vida Eterna, a recordação dos defuntos deve ser prezada. A sua memória deve-nos ajudar a viver bem. Não choramos sobre um lugar vazio. As famílias cristãs nunca se separam. A distância aumenta o amor no desejo do regresso, da reunião com os nossos entes queridos, um dia na Casa do Pai.
O Pe. Mazzolari dizia: “Não choreis. E se não puderdes deter as lágrimas. Fazei com que as vossas lágrimas não fiquem sem esperança. Sejamos cristãos”. Esta é a nossa esperança: “Aos teus fiéis, Senhor, a vida não é tirada, mas transformada. E se nos entristece a certeza de ter que morrer, consola-nos a promessa da imortalidade futura”. (Prefácio dos defuntos 1)
Seria bom meditar um trecho de Jacques Maritain: “Escandaliza-me o modo como os cristãos falam dos próprios defuntos. Chamam-nos mortos; não foram capazes de renovar o pobre vocabulário humano sobre um ponto que, contudo, diz respeito aos dons essenciais da fé. Mortos! Pode-se assistir a uma Missa pelos mortos? Vai-se ao cemitério levar flores para os mortos, reza-se pelos mortos?
Como se eles não fossem milhares de vezes mais vivos do que nós! Os que deixaram esta terra para entrar no outro mundo não estão mortos: se estão no céu, veem Deus, são os vivos por excelência; se estão no purgatório, sofrem, mas com a certeza que verão Deus, justamente devido a esta certeza estão muito mais vivos do que nós”.
Rezar pelos nossos irmãos e irmãs falecidos pertence à mais antiga tradição da Igreja. Esta pede que brilhe para os falecidos a luz que não conhece ocaso, pede por todos os que repousam em Cristo, pede também por todos os falecidos cuja fé somente Deus conhece. Pedindo pelos falecidos estamos também pedindo a Deus que faça crescer nossa fé em Cristo ressuscitado a fim de que seja mais viva nossa esperança na ressurreição de nossos irmãos e irmãs.
Assim sendo, a Celebração do Dia de Finados é dia de saudade e de esperança. Os cemitérios ficam floridos, os templos se enchem, a memória dos falecidos é evocada. Os cristãos sabem que mais importante do que as flores ou as velas, são as preces e orações elevadas até o céu em sufrágio das almas dos falecidos. Sabem que a Igreja tem o costume de rezar pelos falecidos, sobretudo no momento da Celebração da Eucaristia. A Igreja peregrinante se une à triunfante para pedir pelos nossos irmãos e irmãs falecidos. Que Eles e Elas que estão junto de Deus intercedam por nós que ainda estamos caminhando rumo à Pátria definitiva.
Dom Dario Campos, ofm
Bispo Diocesano de Cachoeiro de Itapemirim
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