sábado, 9 de setembro de 2017

DOM JUAREZ É ORDENADO BISPO EM CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM (ES)

A cidade e a Diocese de Cachoeiro de Itapemirim, no Estado do Espírito Santo, estiveram em festa na tarde deste sábado, 9 de setembro, com a ordenação episcopal de monsenhor Juarez Delorto Secco, realizada no Parque de Exposições Carlos Caiado Barbosa.

Com 47 anos de idade e 16 anos de sacerdócio, o então pároco da Catedral de São Pedro Apóstolo, em Cachoeiro de Itapemirim, foi nomeado no dia 7 de junho pelo Papa Francisco como bispo titular de “Vesegela di Numidia” e auxiliar da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro.

Ao ser eleito, escolheu como lema episcopal ‘Permanecei no meu amor’ (em latim: ‘Manete caritate mea’), baseado no capítulo 15 do Evangelho de São João. Formado em advocacia e especialista em Direito Canônico, é o primeiro cachoeirense a se tornar bispo na cidade e na diocese. Na Arquidiocese do Rio, será apresentado no dia 7 de outubro, às 8h30, durante celebração na Catedral de São Sebastião.

Presidida pelo arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta, que também foi o ordenante, a celebração contou com a presença de muitos bispos do Regional Leste 2 da CNBB. Entre eles, os dois co-ordenantes, o arcebispo metropolitano de Vitória do Espirito Santo, Dom Luiz Mancilha Vilela e o bispo diocesano de Cacheiro de Itapemirim, Dom Dario Campos. Do Rio de Janeiro, estavam presentes os bispos auxiliares Dom Antonio Augusto Dias Duarte e Dom Luiz Henrique da Silva Brito.

Acolhida

No início da celebração, Dom Dario Campos acolheu a todos, pedindo uma salva de palmas: “Sejam bem-vindos povo de Deus”. Também pediu palmas para a Arquidiocese do Rio e para Dom Orani, afirmando que era a primeira vez que a diocese contava com a presença de um cardeal da Igreja. Lembrou ainda a presença de Dom Luiz Mancilha, que ordenou padre Juarez, em 10 de março de 2001, quando era bispo de Cachoeiro (1986-2002).

“Que nós possamos fazer desta celebração um momento de oração e envio, pois da nossa pobreza e pequenez enviamos o nosso irmão monsenhor Juarez, que será ordenado pela imposição das mãos de Dom Orani e de nossas mãos, sucessor dos apóstolos. Que monsenhor Juarez possa cumprir sua missão como fiel discípulo de Jesus de Nazaré”, disse Dom Dario.

Homilia

Manifestando sua alegria por presidir a celebração, Dom Orani cumprimentou o povo de Deus da Diocese de Cachoeiro de Itapemirim, destacando as datas jubilares da diocese e do seminário cachoeirense.

“Com alegria, cumprimento todo o povo desta querida diocese que inicia as comemorações dos 60 anos de existência e também os 30 anos de seu seminário diocesano. Sabemos de toda vitalidade dessa diocese com seu clero, paróquias e comunidades. Monsenhor Juarez é chamado para ser bispo e sai do meio desse povo onde ele nasceu, viveu e serviu como padre. É uma grande graça”.

Dom Orani recordou com carinho a sua própria ordenação, destacando algumas providencias em comum com o eleito.

“Eu e monsenhor Juarez somos membros de famílias numerosas, ambos com oito irmãos, e somos os caçulas. Nesse sentido temos essa ligação afetiva e agora também efetiva como alguém que vai nos auxiliar na Arquidiocese do Rio de Janeiro, mas também servindo a toda a Igreja”.

Sobre a Palavra de Deus proclamada na celebração, Dom Orani lembrou que embora ela seja dirigida a todos, retrata a realidade da celebração.

“Ouvimos no Evangelho: ‘Não fostes vós que me escolhestes, mas fui eu que vos escolhi’. Quando se escolhe um bispo isso fica evidente. Alguém que não sabe sequer dos trâmites, e a Igreja o chama para suceder os apóstolos, a sair de sua terra, de sua parentela, de sua realidade e cultura, e ir para onde o Senhor está enviando sob a ação do Espírito Santo. Alguém que longe de perder seus vínculos, leva sua formação e experiência, para servir a Igreja de Jesus Cristo em outros lugares, situações e culturas, onde a paisagem muda e os relacionamentos precisam ser feitos”.

Dom Orani lembrou ainda que a mudança de lugar requer um tempo para a inculturação, já que existem situações pastorais específicas.

“Quando somos transferidos precisamos de um tempo para conhecer a realidade, e se preparar para levar adiante a missão que outros conduziram. Vivemos um novo momento, uma nova realidade, mas com a certeza de que é o Senhor que nos conduz. Monsenhor Juarez escolheu seu lema, ‘Permanecei no meu amor’, justamente porque ele experimentou aqui, em Cachoeiro de Itapemirim, esse amor de Deus. Ele levará consigo, onde quer que esteja, essa sua experiência com o Senhor. Agora, também enquanto bispo, levará a Boa Nova aos mais pobres, feridos e necessitados, justamente proclamando a graça de Deus”.

O Chamado que Deus fez a monsenhor Juarez – explicou Dom Orani -, para sair de sua terra, foi para anunciar com sua experiência a Boa Noticia que cura, salva, liberta e a certeza de um mundo novo. 

“O bispo é nomeado não para ter honraria, mas para servir, ser modelo do rebanho, estar vigilante cuidando do seu povo, curar os corações feridos e machucados, trabalhar com entusiasmo no amor e na misericórdia de Deus. Tenho certeza que as pessoas que fazem parte da história do monsenhor Juarez sabem que o Senhor olhou para a sua vida e o chamou para esta nova missão. Haverá desafios, mas não faltará à graça de Deus para que ele continue a realizar esse belo e bonito trabalho que já vinha realizando de levar a mensagem do Evangelho a todos”.

Ao recordar o Papa Francisco, que foi quem escolheu monsenhor Juarez para o episcopado, Dom Orani lembrou que o pontífice pede que os bispos sejam homens de busca, de acolhida e de integração.

“Por ter encontrado o Senhor Jesus, monsenhor Juarez disse seu sim. Tenho certeza que inspirado pelo seu lema episcopal ele vai levar as pessoas a experimentar esse amor de Deus a tal ponto que contagie as pessoas com essa presença e esse amor que é o próprio Deus. Pedimos ao Pai que possa ungir toda a vida do monsenhor Juarez para que ele viva sua missão e vocação com alegria, permanecendo sempre no seu amor”, finalizou.

Rito de ordenação

Antes da homilia, conforme o rito, houve o pedido para a ordenação episcopal de Dom Juarez, seguida da leitura do documento pontifício de nomeação, feita pelo pároco da Catedral de São Pedro Apóstolo, de Cachoeiro, padre Walter Luiz Barbiero Milanese Altoé.

Depois da homilia, houve a continuação do rito, com a Ladainha de todos os Santos e a imposição das mãos, começando por Dom Orani, os co-ordenantes e demais bispos presentes. Depois da imposição, Dom Juarez recebeu o ósculo da paz de seus irmãos do episcopado, enquanto os fiéis o aclamavam com palmas.

Em seguida, dois diáconos sustentaram o livro dos Evangelhos sobre a cabeça do eleito enquanto era proferida a oração de ordenação. O mesmo livro dos Evangelhos foi entregue a Dom Juarez, acompanhado do anel, da mitra e do báculo pastoral.

Com esses gestos, que a Igreja conferiu com a plenitude do Sacramento da Ordem, Dom Juarez recebe do Senhor, agora já sucessor dos apóstolos, a missão de ensinar todos os povos e de pregar o Evangelho a toda a criatura, para que todos os homens pela fé, pelo batismo e pelo cumprimento dos mandamentos consigam a salvação.

Agradecimentos

Muito emocionado, depois da liturgia eucarística, Dom Juarez fez vários agradecimentos. Antes da conclusão da celebração, percorreu o Parque da Exposição, abençoando os fiéis.

“Com muita alegria gostaria de agradecer a Deus por tudo de bom que Ele fez e continua fazendo na minha vida. Agradeço a minha família que sempre me apoiou em tudo, em especial, meu pai que não está aqui, mas no convívio dos Santos, e minha mãe aqui presente. Meus irmãos, primos, tios e demais familiares. Agradeço ao Papa Francisco que me chamou ao episcopado, a esse servido a Igreja de Deus. Ao Cardeal Orani, que desde o momento em que soube de minha nomeação me deu toda atenção e acolheu com muito carinho. Dom Dario Campos, Dom Luiz e Dom Célio de Oliveira Goulart, que foi nosso bispo e me transferiu para a Catedral de São Pedro, aos demais bispos presentes, aos bispos auxiliares do Rio, aos presbíteros da Diocese de Cachoeiro de Itapemirim, que me ajudaram no amadurecimento da fé. Agradeço também aos presbíteros da Arquidiocese do Rio de Janeiro que vieram e estão aqui presentes, aos diáconos, seminaristas, religiosos, e a todo o povo de Deus. Que Deus abençoe a todos”.  

Entrevista

Na entrevista que concedeu ao Sistema de Comunicação da Arquidiocese do Rio, Dom Juarez recordou de sua nomeação e missão.

“Minha nomeação foi uma surpresa muito grande, mas estou muito feliz também por ser para o Rio de Janeiro, onde eu já estive por duas vezes e onde fui muito bem acolhido, por Dom Orani, os bispos auxiliares e muitas pessoas. As expectativas são as melhores possíveis, estou muito feliz”, disse.

Dom Juarez revelou que na conversa que teve com Dom Orani, irá acompanhar os vicariatos: Suburbano e o Leopoldina.

“Nesses vicariatos, quero ser a presença de Deus junto aos padres e com o povo de Deus nos lugares em que eu estiver celebrando. Num primeiro momento, vou colocar-me bem à escuta, acolher o convite dos padres para celebrar. Depois, num segundo momento, um pouco mais ciente da realidade, propor algo com o que eu possa ajudar na evangelização, colaborando com cada um irmãos”.

Lema Episcopal

Ao ser eleito para o episcopado, Dom Juarez escolher como lema episcopal: ‘Permanecei no meu amor’, baseado no capítulo 15 do Evangelho de São João.

“Nós, como um ramo que não pode dar fruto sem estar ligado ao tronco, à videira, assim também não podemos dar frutos sem permanecer em Jesus. Permanecendo unido, no Seu amor, que eu quero ser o Seu sinal, sendo o sal da terra e luz do mundo. É nesse sentido, de estar ligado ao Mestre, ao Senhor para, assim também, ser um bom discípulo e um bom apóstolo de Jesus, segundo o Seu caminhar e Seus ensinamentos”, contou.

Dom Juarez também falou dos últimos dias antes da ordenação, do misto de alegria e saudade nas celebrações.

“As pessoas estão muito felizes com a minha nomeação, mas estão tristes com a minha saída, é um duplo sentimento, mas levo no coração esse povo de Deus, meus irmãos padres, essa convivência fraterna que cultivamos durante esse período. É um momento muito bonito de despedida, mas também de muitos votos de confiança na missão, muita oração também, para que Deus me acompanhe. Essa comunhão vai continuar, levo esses meus irmãos e irmãs no coração e a experiência bonita de Cachoeiro. Espero fazer novas amizades e crescer na comunhão fraterna com todo o presbitério da Arquidiocese do Rio”, disse Dom Juarez”, finalizou.

Fonte: Site Oficial da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro

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